domingo, 2 de janeiro de 2011

Castlevania III - Dracula's Curse

Plataforma analisada: NES (Famicom)
Também disponível para: Windows PC (coletânea de clássicos), Wii (virtual console)
Lançamento: 1989 (Famicom), 1990 (NES) e 1992 (NES Europeu)
Distribuidora: Konami
Mídia original: cartucho de 512kb
Gênero: plataforma e aventura

Passado no século XV, mais exatamente em 1476, o terceiro episódio da série Castlevania na verdade é anterior ao primeiro jogo canônico para o NES. A escolha do ano coincide com a morte de Vlad Tepes, príncipe da Valáquia, também conhecido como Vlad o Empalador, ou, simplesmente, Drácula. Último jogo da série para NES, Castlevania III levou a plataforma ao extremo, com direito a chip de som especial (o SCC da Konami) na versão japonesa. Apesar da palette de 16 cores, o jogo rivalizava tranquilamente a versão para Megadrive, lançada pouco tempo depois. Mesmo Super Castlevania IV do SNES, apesar das muitas qualidades técnicas, tinha dificuldade em competir diretamente com seu antecessor. Vamos ver o porque disso.
A premissa do roteiro é básica, Dracula aterroriza a Europa e um descendente do clã Belmont, Trevor, é encontrado para colocar um fim no reinado de terror do vampiro mais conhecido de todos os tempos. Aqui entra um elemento enigmático na série na época, a origem dos Belmont, já que nem mesmo o Trevor é o precursor da linhagem já conhecida por combater as forças das trevas. Isso foi explorado apenas em Castlevania: Lamment of Innocence (PS2) e Catlevania: Lords of Shadow (PS3, XBox 360), ambos mostrando a origem dos Belmont, sendo que o último é o reboot oficial da série (lançado em 2010).
 Apesar do título se destacar no NES como um dos tecnicamente mais bem feitos, Castlevania III tinha bastante conteúdo para marcar a série antes da introdução da fórmula "Metroidvania" de Symphony of the Night (PSX). O primeiro ponto de destaque são as múltiplas escolhas de caminhos, sendo possível fazer o jogo de diversas formas. Isso adiciona muito ao fator replay value do jogo, já que há o que se ver após acabar o jogo a primeira vez. Outro ponto alto do jogo é a possibilidade de escolher um companheiro de aventura, era só apertar SELECT para mudar para o secundário.  O jogo oferece três possíveis, com poderes distintos: Grant, um pirata, Syfa, uma sacerdotisa que caça vampiros, e Alucard, o filho de Dracula (que voltaria mais tarde em Symphony of the Night). Também era possível acabar o jogo desacompanhado, mas era bem mais divertido poder variar e usar os poderes especiais dos personagens secundários, como o raio congelante da Syfa ou a metamorfose para morcego do Alucard. Tal característica nunca mais voltou a série, assim, Castlevania III permanece um jogo único, superando o original em todos os aspectos.
 Mapa parcial do jogo.
Graficamente o jogo recebe apenas elogios, sendo limitado pela plataforma NES, não pelo trabalho mais que competente da Konami. Dos cenários aos sprites dos personagens, o jogo bem desenhado e convence como uma representação da Europa medieval. 
 Encontro com Syfa.
O aspecto sonoro não fica atrás, mas é parcialmente prejudicado na versão ocidental. O Famicom (o NES japonês) possui pinos a mais no cartucho do que o NES, que eram usados para expansão do sistema, como o sistema de disk drive e chips extra de som. A versão japonesa do jogo, Akumajou Densetsu, tinha um chip SCC, que melhorava consideravelmente o som do jogo. Como era impossível usar o chip na versão ocidental pela falta dos pinos extra, o jogo teve o áudio reprogramado com um resultado muito bom, a ponto de algumas músicas terem o som grave melhor na versão ocidental do que na japonesa. Porém, na média, a versão japonesa leva vantagem disparado. É uma pena, mas só com emulador podemos curtir o som do jogo como ele foi concebido.
 Tema recorrente, a fase do relógio está presente em dose dupla.
Como tudo na vida sempre tem alguns poréns, Castlevania III não é exceção. A dificuldade do jogo era violenta, em especial na versão americana, que tinha um bug que fazia com que os chefes das fases mais avançadas aumentassem excessivamente o dano ao jogador. A versão japonesa era bem mais fácil de terminar por não ter esse bug. Além disso, a última fase não tinha checkpoints, então era preciso refazer todo o caminho até o Drácula, desde o início da fase, que não era lá muito fácil. Um erro comum na época e que era especialmente irritante no Castlevania III é que os inimigos eram criados com gatilhos no cenário. Nada de mais, se o jogo memorizasse quais inimigos já foram derrotados. Assim, era comum você voltar dois passos para trás enquanto enfrentava um inimigo para ter um inimigo já derrotado voltando a aparecer. Ou pior, você volta enquanto derrota um inimigo e, quando torna a avançar, o inimigo está lá de novo.
Curiosamente, Dracula's Curse foi lançado na europa apenas após o Castlevania IV do SNES, com uma receptividade melhor do que a sua sequência. Tecnicamente o jogo é inferior, claro, mas o fator diversão pela não linearidade e múltiplos personagens, ausentes no Castlevania IV, fizeram dele um clássico instantâneo com os fãs da série que ainda não tinham vendido o seu NES.
 Por incrível que pareça, esta é uma das formas de Drácula.
Castlevania III - Dracula's Curse marcou época no NES. Além de ter sido um dos melhores jogos da plataforma, ele em muitos aspectos nunca foi igualado pelos seus sucessores justamente por eles terem investido em direções diferentes para a série. O Castlevania IV, apesar do nome, é praticamente uma versão modificada do primeiro jogo da série. Apenas o Dracula X - Rondo of Blood, para PC Engine, apostaria na ideia de múltiplos caminhos, mas sem o mesmo charme e complexidade. Com a mudança de direção em Symphony of the Night e o reboot com design europeu de Lords of Shadow, Castlevania III é o último grande avanço do estilo plataforma linear da série, permanecendo até hoje uma referência para os fãs da série.
 A Syfa pegando pesado com duas múmias.

O que tem de bom:
  • Gráficos que não parecem estar sendo gerados por um NES.
  • Trilha sonora envolvente.
  • Jogo não linear, podendo escolher múltiplos caminhos.
  • Personagens secundários com quem podemos jogar a qualquer momento.
  • O surgimento do Alucard, do Symphony of the Night.
O que não ficou lá essas coisas:
  • Dificuldade alta.
  • Bug no cálculo do dano dos chefões na versão americana.
  • A última fase dá vontade de jogar o controle na parede.
  • A Konami esqueceu como fazer um Castlevania como esse.
Avaliação 21 anos depois: tecnicamente o Castlevania III envelheceu bem para um jogo de NES, tanto gráficos como as músicas são aceitáveis nos dias de hoje, levando-se em conta a origem do material. O jogo em si é o ápice da série no NES, devendo ser jogado por qualquer fã que se preze de Castlevania, seja para experimentar o primeiro Castlevania não linear, como para ver a boa ideia da troca de personagens que nunca foi retomada nos títulos mais recentes. Em resumo: se você é fã da série, Castlevania III é um jogo obrigatório se você ainda não o jogou. 

Como jogar: além da opção de fazer o download da ROM e usar o seu emulador favorito, como o FCEU ou NESTOPIA, o jogo está disponível para venda no virtual console do Wii por 500 Wii points (US$5), uma bagatela perto do preço original de lançamento em 1990.

5 comentários:

  1. O jogador do vídeo pelo visto tomou um pau do segundo chefe, porque quando chega nele a filmagem acaba... :D

    Legais as corujinhas, primeiro vez que vejo aparecendo num Castlevania :)

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  2. Esse vídeo é parte 1 de 9 :). Tem que acessar o link do YouTube para continuar vendo o resto ;).

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  3. O Angry Video Game Nerd é fanático por Castelvania com razão! E esse é um dos excelentes! Parabéns pela matéria PV! Já estou ansioso pela próxima!
    Falou!

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  4. Sempre achei o estilo do Castlevania gostoso de jogar. Era diferente dos outros jogos e por isso achava bacana, aqueles mapas eternos, sempre cheio de coisa pra fazer e lugar pra ir! Dracula's Curse lembra Dragon's Curse né ;x ahsduhasudh

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  5. Castlevania III - Dracula's Curse es el jogo quando era pequeno e ganhava sempre do meu irmao.

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