sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ninja Gaiden II - The Dark Sword of Chaos

Plataforma analisada: NES
Também disponível para: Amiga, PC (DOS), SNES (parte do Ninja Gaiden Trilogy) e Wii (Virtual Console)
Lançamento: 1990
Distribuidora: Tecmo
Mídia original: cartucho de 256kb (2MBit)
Gênero: ação, plataforma

Após a derrota de Jaquio no primeiro Ninja Gaiden, o imperador Ashtar planeja usar a Dark Sword of Chaos (vou manter o nome original) para dominar o mundo e colocá-lo nas trevas. Cabe ao ninja Ryu Hayabusa, com a ajuda do agente Robert Sturgeon, evitar que essa ameaça se concretize, além de salvar Irene Lew, que foi levada para servir de sacrifício. Além da tradicional espada, Ryu pode usar poderes especiais, como dividir seu corpo em até duas sombras, além de outras técnicas, como uso de shurikens e outros ataques limitados para derrotar seus inimigos e destruir a Dark Sword of Chaos.
Sequência direta do primeiro Ninja Gaiden para NES, Ninja Gaiden II firma no mercado a série de jogos com temática ninja que persiste até hoje no 360/PS3. Logo ao ligar o videogame, chama a atenção do jogador a ambientação cinematográfica da aventura. Da abertura ao encerramento, o jogo é recheado de cinemáticos para contar o enredo, usando e abusando de técnicas simples consagradas nos animes dos anos 70/80. Poucos jogos do NES vão tão longe no uso da animação como complemento à ação do jogo, então não é exagero dizer que Ninja Gaiden II é o ápice do estilo na plataforma. Complementa o aspecto a trilha sonora dramática, tanto durante os cinemáticos, como durante o jogo em si.
Outro ponto forte no level design do jogo é a sensação de presença nas fases. Por exemplo, a primeira parte da fase 1 passa-se nos telhados dos prédios, continuando na segunda parte na rua após o personagem descer dos prédios. A batalha contra o chefe da primeira fase é na frente de um pátio de trens, sendo o início da segunda fase sobre um trem em movimento, que passa próximo a montanhas aonde irá se situar a próxima fase e assim por diante.
Apesar da notável ambientação, Ninja Gaiden II é mais lembrado como um jogo bastante difícil, osso duro de roer. A capa inclusive vem com o aviso "Hard to Beat!!" em destaque.O jogador não é perdoado em nenhum deslize e os chefões deixam claro para o que vieram: acabar com qualquer traço do jogador. Não era fácil ver o desenrolar da estória do jogo. Os inimigos em si não eram nada excepcionais, mas a combinação do cenário com a ocorrência de múltiplos inimigos dificultava muito a vida do jogador, ainda mais quando haviam elementos especiais, como o vento (que leva o jogador para o lado) ou a escuridão que esconde o cenário.

O jogo fez tanto sucesso na época que foi convertido para PC (ainda no DOS) e para o Amiga. Joguei a versão do Amiga e, se ela é um indicativo da qualidade das versões para outras plataformas, recomendo ficar com o original. Tecnicamente o Amiga tinha tudo para ter uma versão melhor, como uma palheta de cores maior e um chip de áudio digital à disposição. Mas fica só na promessa. Uma versão mais digna do jogo só sairia para o SNES algum tempo depois. Apesar de algumas melhoras gráficas e (principalmente) sonoras, a censura no sangue e símbolos pagãos removidos tornam o jogo inferior ao original do NES.
Curiosamente, o personagem principal do jogo também faz parte do cast de personagens da série Dead or Alive, que começou no fliperama e chegou à quarta versão no 360. Outro fato da época é que boa parte do pessoal chamava errado o nome do jogo, como se gaiden fosse uma palavra em inglês. O que tinha de gente falando "guêiden" era impressionante (é só pronunciar com acento agudo no a). Se bem que não deve ter mudado muito de lá pra cá.
O que tem de bom:
  • Gráficos excepcionais para a plataforma, inclusive com scroll parallax.
  • Música memorável. Seria muito legal ouvir a abertura do jogo num Video Games Live da vida.
  • Cinemáticos e mais cinemáticos. Você quer continuar jogando só pra ver o que acontece.
O que não ficou lá essas coisas:
  • Os controles pecam bastante, em especial na hora de pular de uma parede para um piso acima.
  • Os efeitos sonoros não acompanham a qualidade da música. Não são pavorosos, mas, poxa, custava fazer um pouco melhor?
  • O chefão da primeira fase parece o Gólgota, do filme Dogma.
Avaliação 20 anos depois: para o público casual de hoje, Ninja Gaiden II parece mais um tipo de tortura japonesa do que diversão. Porém, para os jogadores hardcore, a fórmula continua desafiadora hoje como há 20 anos atrás. Se você se encaixa na categoria e consegue ignorar as limitações gráficas e sonoras do sistema (além de prometer não tacar o controle na parede), vai fundo!
Como jogar: você pode jogar online em um emulador Java no navegador, ou  então usar a rom com um emulador de NES, como o FCEU ou o Nestopia. Se você tiver um Wii, também dá para comprar esse jogo no Virtual Console, serviço de jogos clássicos do sistema.

2 comentários:

  1. Bom, tem o review do AVGN também:
    http://www.gametrailers.com/video/angry-video-screwattack/61549

    Ele ficou meio bravo :)

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  2. E tem algum jogo em que o cara da AVGN não ficou irado? Eu lembro do Castlevania IV em que ele não ficou muito, só isso :).

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